domingo, 7 de agosto de 2005


Sei lah neh...

Onde eu fui muitos outros já foram...

Desliguei a TV, sala escura, apartamento escuro e fechei os olhos, eu escuro...
Senti o sangue de outra pessoa escorrendo garganta abaixo, enxuguei as lágrimas que não eram minhas...
Entrei no banheiro, da janela ouvia-se o som de helicópteros, balas zunindo pelo vidro, metralhadoras M-16 cuspindo projéteis. Fechei a janela. Liguei o chuveiro, fez-se do respingar o quebra-mar, navios chegando, homens em silêncio, concentrados...
Deixei a água, salgada de suor e sangue escorrer pelo meu corpo, era uma água pesada, cheia de sofrimento, mágoa, angústia. Segurei no Box, mas foi inútil, diante de tantos erros prostrei-me de joelhos... Praia de Omaha, o ?Dia D?, a portinhola do barco se abre e uma saraivada de balas corta carne e alma de meus irmãos-em-armas, deito-me e deixo o som da batalha sumir levando minha vida com ela...
Desliguei o chuveiro, peguei a toalha e enquanto a passava pelo meu corpo senti o áspero ar desértico me dilacerando, quando desencosto da toalha um frio cortante de alva brancura atravessa minha mente. Olho no espelho e vejo um coreano, um furo entre seus olhos delata seu nível de iluminação. Pego minha escova e uma tremulante luz se faz no banheiro, até então escuro, uma garota com uma roupa camuflada ascende um cigarro, enquanto se senta na privada... Um estampido e ela atinge a mesma iluminação do reflexo coreano...
Abro a porta e vejo um bar em Stalingrado completamente destruído, servindo de abrigo para alguns soldados alemães, a juventude deles escorre por seus poros junto com o suor e sanidade... Eles vão sobreviver.
Entro em meu quarto e vejo uma mulher sendo estuprada por um batalhão de americanos, enquanto grita: ?Alá! Tire minha vida, por misericórdia!?, os recrutas tiram fotos e riem. Sento em minha cadeira à frente do computador, quando ligo o estabilizador uma pequena japonesa sai correndo de baixo da minha escrivaninha, a pele dela se descola do corpo.
Ligo meu computador e ouço ?Carmina Burana? tocando, abro o Word e vejo o branco da folha, o branco, branco...
Uma lágrima corre pelo meu rosto e cai no teclado, essa é minha.
Por que Stalingrado, Waterloo, Álamo, Berlim, Paris, Vietnam, Argélia, Somália, Iraque, Sudão, Londres? Por que Áustria, Irã, Palestina, Rio de Janeiro? Por que dentro de cada um?
Molho mais o teclado...

Guer.ra: 1. luta armada entre nações ou partidos; conflito. 2. Expedição militar; campanha. 3. A arte militar. (Aurélio)
Guerra: não um meio, e sim um fim. (eu)


winamp: cazuza - blues da piedade

postado por caio teixeira às 1:27 AM |

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