Nas profundezas rápidas...
sim, roubei na cara-dura... talvez isso se torne uma constante... se acostumem... (tirinha do FioFó)
[comprem porra! é só 80 centavos!]
Comércio dos MorlocksChego no metrô Santana, vou para a terceira porta, contando de frente para trás do primeiro vagão, sempre vou naquela porta (e metódico é o caraio!!). Abro o livro que consegui no 22° Prêmio Angelo Agostini, "O que é o Brasil?" feito por vários cartunistas fodíssimos...- Tio, quer uma bala?- Não valeu...E a criança sai cabisbaixa... Fiquei com pena, mas não muita... Depois de uma estação...- Tio, quer um chocolate? - Nem olhei...- Não...Mais uma estação...- Tio, quer uma caneta?- Nem, brigado...- E um relógio?- Não, valeu...- E um "óiculos"? - sim... o pequeno duende que tinha tudo em sua sacola mágica chamou de "óiculos" aquilo que usualmente se chama "óculos"... Achei melhor não comentar, às vezes é um novo dialeto "fashion" que o Sindicato dos Ambulantes de Metrô usam... e sim, eles têm sindicato...- Eu não quero comprar nada, obrigado! - já falei alterado... minha voz saiu igual a uma perua tresloucada... Logo após minha resposta, supostamente, máscula, víril e cheia de autoridade, vi nos olhos do pequeno mutante com uma pinta peluda que se alastrava do couro cabeludo até o olho direito saírem faíscas de ódio... Ele desceu na estação D. Pedro II, me mirando, me fuzilando com o olhar... Algo não ia dar certo... Voltei à leitura.No Brás recebi a resposta do olhar X-Men do duende mágico cheio de muambas na sacola...- Ae trut - é sem o "a" mesmo - vai querer levar uma "eferrgráfica" ae!? - A voz era mais potente que a do garoto... Achei melhor olhar para o rosto do próximo idiotin...- Carai... - Não pude conter a expressão... o "idiotinha" era um afro-brasileiro (vamos ser politicamente corretos, ok!?) , provavelmente dublê de corpo do Jaxx, do "Mortal Kombat", ou então o cara que inspirou o Coisa, do "Quarteto Fantástico"... Ele era grande e a mão dele era do tamanho de uma marmota... Medo... Muito medo...- E ae mano!? Vai levar ou não a "esferrgráfica" do meu trutinha aqui?! - Nisso o duende saiu de trás do Coisa, rindo feito um diabinho enquanto balançava a sacola na minha frente.Olhei para o Coisa de novo, ele tinha que ficar curvado para não bater a cabeça no teto do vagão..."Estação Belém", diz uma voz semi-divina-metálica... Só mais uma estação para o Tatuapé, minha casa, comecei a recitar "não há lugar como o nosso lar! não há lugar como o nosso lar!", pelo menos no Mágico de Oz deu certo...- Ô trut! Nóis num teim todo tempo do mundo não! Vai levar ou não?! - Nisso ele colocou aquela mão gigantóide no banco do meu lado... O rosto mais perto do meu, cada dente dele (os que haviam sobrado...) era do tamanho de um Clorets, mas amarelo... E o bafo, definitivamente, não era de Clorets...Mas não! Eu não iria deixar me intimidar por uma simples chantagem física! Isso é algo que vai contra os meus princípios ideológicos, filosóficos e, até mesmo, filológicos! O bem sempre vence o mal! O homem, no caso os X-Men que se protravam a minha frente, sempre será vencido pelo "super-homem", assim falava e assim fala Zaratustra! Viva a revolução pensante! Viva a liberdade intelectual! Viva o Eimael e sua músiquinha fodona!.........Tá bom... Alguém quer uma caneta? Comprei uma dúzia! Uma pechincha! Paguei só 5 mangos!... Tá... eu sou um otário cagão... Mas, putz, o cara era grande...- ow! vamo de trem! é mais rápido e paramos na porta do senac-lapa! - eu...- tem certeza? nós sabemos ir de ônibus. - disse rodrigo se referindo ao andré e a si próprio...- xá comigo! eu sei o que to fazendo... - eu, e após 1 hora estávamos num cenário que parecia Mad Max, cagando de medo de sermos assaltados e perdidos... já avisei pra não confiar em mim...[winamp: gramofocas - sempre que eu fico feliz eu bebo]
postado por caio teixeira às 11:02 PM |
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