Pegue uma dor de garganta. Hipoteticamente, o babaca. Certo, agora ache que não é nada até ela se tornar uma verdadeira infecção, daquelas que se você olhar para sua própria garganta, lá dentro, te dá vontade de vomitar, manja?
Ok, agora, antes de você descobrir o quão fudido está, combine um final de semana perfeito com uma pessoa que você realmente ama. Sabe aqueles quietinhos, regado a muita cerveja, DVDs, comida japonesa, sexo, videogame e até um soninho.
Beleza, tão me acompanhando, né? Vamos lá, acorde no sábado, pingando de suor na cama, febre nos 39°, você acaba de descobrir que Aspirina C não serve pra tudo. Vai para o médico (otorrinolalalalalala qualquer coisa) e descobre o estado terminal das suas amígdalas. Harakiri se torna uma opção palpável.
Com muita relutância você até aceita aquela injeção na bunda. Paga 60 paus no remédio que vai te fazer ficar sem beber pelos próximos 30 dias - pausa: se você bebe também, assim, tipo, hm, eu. você deve entender o meu desespero - e volta pra casa. Fato: final de semana pro saco.
Chega em casa, febre abaixou - graças à porra da injeção dolorida para um caralho - 0,5°! Hooray! Deita no sofá e o sente desmanchar, você vê uma águia maltês vestida com o uniforme da Legião Estrangeira, seu pai está saia balonê e batom preto, de algum lugar vem a música "somewhere beyond the see". Ok, você não tá legal.
Tudo vai pro saco, você desmaia no sofá e depois de três horas acorda sozinho até que ela, a pessoa, te liga e fala: "foda-se tô indo aí". Não dá para falar muito, o medo de derramar as amígdalas sobre o colo da amada é por demais nojento e estranhamente atrativo. Você se aconchega e tenta se comunicar o melhor possível por grunhidos, Tolkien ficaria orgulhoso da sua pronúncia da linguagem "orc". E, quietos assim, cada um na sua individualidade compartilhada, rindo do "nada", sorrindo. Daí, exatamente desta cama de moribundo onde estão deitados, sai um dia perfeito.
Sabe o engraçado, apesar de todos os contra-tempos, percalços e pais de saia balonê, o dia se torna maravilhoso e você escreve sobre ele no seu blog, não para todo mundo ler, mas por você entrar nele a cada cinco minutos e ler de novo, sentir de novo.
[winamp: matanza - eu não bebo mais (esperem até o próximo mês então!)]
postado por caio teixeira às 3:19 AM |