quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008


A B-52

(diretamente de uma época que eu acho que escrevia coisas engraçadas e edificantes...)

- Caio. Preciso que você vá pegar uma coisa pra mim, lá no galpão de impressão. (nota: o maldito galpão fica a, mais ou menos, 1 km da redação. No subsolo...)

- Tá...O que? - desanimado pela maldita máquina de café ter quebrado por causa de uma moeda que eu coloquei.... "Como?", você deve se perguntar. Simples:

Eu (estagiáro sonado) -> Moeda de coleção da minha Vó dada a mim como "herança", um dobrão espanhol (provavelmente única no Brasil...) -> Máquina de café dos infernos (que deixa a porra da moeda passar no receptáculo, mas trava quando ela chega lá dentro). Deu pra entender?

- Bom, preciso que você pegue a B-52. Fala para o técnico lá que ele vai entender.

Lá vamos nós. Ao passar pela máquina de café, o moço-que-concerta-máquinas-de-café me olha com uma fúria reprimida. Medo, muito medo! Ainda mais pela ameaça velada que ele fez quando chegou, constatou o problema e me devolveu a moeda: "Cuidado na hora de tomar café, tá? Você é o primeiro do dia a tomar, né?! Bom saber...". Certo, alguém conhece um provador-cobaia-bobo profissional? Favor entrar em contato.

Após 50 minutos de agradável caminhada pela Marginal Tietê - sim, não passou nenhum ônibus, dia conspirativo -, chego ao galpão de impressão:

- Opa! Bom dia! Seguinte, o meu editor pediu para eu vir pegar a B-52 para ele, e disse que você entenderia.

O técnico me olhou alguns segundos, demorando, me analisando:

- Lá vamos nós, de novo... Vem comigo.
...
...

- Olha se você conseguir tirar ela do chão, pode levar...

Olhei... Estaquei... Juro que cheguei a ver um Sérgio Malandro brotando do chão com mais duas malandrinhas: "A pegadinha!! Vem fazer glu-glu estagiário babaca!”

Explicando o espanto:











Apresento-lhes a impressora industrial B-52

- Olha ela é meio, como eu posso dizer? Chumbada no chão. Se você conseguir levantar, é sua!

E o ódio aumenta. Sinto alguns neurônios digladiando-se: é só agarrar o pescoço daquele velho editor com cara de virgem, levar ele até a maldita B-52, a maldita industrial B-52! Tacar ele em meio aos tornos com mais de 40 mil cavalos de potência... Bem poético.

Volto pisando forte para a redação. Ao passar pela máquina de café ouço um riso diabólico do moço-que-concerta-máquinas-de-café.

- Pegadinha! – imagine: algo em torno de 150 pessoas berrando isso, pouco se fudendo se Deus reencarnou, se Saddam entrou pelado no tribunal, ou se um tigre dentes-de-sabre foi visto tomando o chá das seis com o Élvis travestido como o E.T. fofinho. NÃO! Claro que nada disso importa! O engraçado e ficar tirando sarro da cara do estagiário! Estagiário sem café!

...
...

Certo, eu arranjei algumas plantas de construção do prédio do Estadão, contatos na Índia para me arranjar dois núcleos de urânio enriquecido, por um preço bacaninha, e três passagens para o norte da Síria... Quem me ajuda? Se caso formos pegos, tenho três comprimidos de cicuta. Antes morte do que estagiário para o resto da minha vida!

Fato: meu pai pode ser um cuzão, mas sempre foi meu herói. Enfim, hoje tive uma revelação! Apesar de toda a sua auto-proclamada perfeição, antes de entrarmos em casa, voltando da rua onde chovia baldes d'água (sempre achei essa expressão tão simpática!), ao invés dele bater o pé em nosso tapete ele faz um desvio estratégico e limpa o pé no tapete da porta do vizinho:

- Tá olhando o quê? Ele não paga as contas em dia! - ótima explicação paiê! Meus heróis ou estão sendo mortos , ou se transformando em crápulas de primeira linha... Qual é a próxima? Não ganhar mais presentes no dia das crianças?!?

(isso foi em algum dia do enevoado 2005)

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postado por caio teixeira às 9:27 AM |

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