terça-feira, 29 de abril de 2008


Relatos desconexos de uma mente lotada de endorfina

Lembra o que eu vinha reclamando há meses? Ow, você aí... Pera... Por favor, senhora, poderia acordar aquele casal que está dormindo atrás de vossa poltrona? Oi? Eles não estão dormindo? Ah, entendo os roncos "estranhos" agora. De qualquer forma, como eu estava falando: passo pela situação exatamente oposta àquela que se apresentava há meses. O fluxo de idéias é infindável e, assim como diz o título, desconexo. Logo, começarei pelo mais lógico, que por ordem de inversão relativa de valores, não irá fazer sentido algum para você. Ou para o casal "dormindo" atrás da bondosa senhora... Ah, pois não? Oi? A senhora é minha... mãe? Desculpa!

Ato I – A Mudança

Na realidade foi algo céptico, límpido. Saí para trabalhar e voltei para um lugar que eu não fazia idéia de onde ficava. Viu? Sem mágoas, despedidas ou qualquer coisa do tipo. Casa nova, móveis novos e quarto novo.

O ambiente tem influenciado um tanto quanto no meu convívio com os ditos “inanimados” de meu aposento. Eu e meu ventilador desenvolvemos uma linguagem afonética, tétrica e completamente compreensível: ele quer me fuder. Eu olho para ele e ele pára de rodar, viro as costas e ele goza de pleno poder elétrico e faz questão de cuspir seu vento mecânico em minhas costas. Ou seja, ele tem planos de médio a longo prazo para cultivar uma pneumonia em minha pessoa.

Outro ponto: Carreirinha, pintassilgo e terceiro herdeiro de meu pai, se tornou um Deus ao inverso. Explico: os teólogos e sabichões devem estar se rindo de minha suposta pomposidade de chamar ele de “Deus ao inverso” ao invés de simplesmente “Diabo”, mas entendam o caso. Ele fica, obviamente em uma gaiola, porém, logo após todos da casa - menos eu, ou seja, quase todos - irem dormir ele começa a demonstrar seu poder. Ele fica com sua gaiola – como já disse – na lavanderia do apartamento - isso eu não havia dito -, exatamente onde ficam os lixos e cesto de roupas sujas da casa. Se preciso jogar uma cueca no cesto, sua gaiola está sobre o cesto, caso eu precise jogar uma latinha de cerveja no lixo, sua gaiola está sobre o lixo. Entenderam?

Eu tenho tido que exercitar jogar o lixo no lixo sem querer jogar o lixo no lixo. Não tem dado certo. É desse fato que vem o “Deus ao contrário”, porque ele sabe o que eu vou fazer, antes de eu o fazer e se move sobre o compartimento em questão, ou seja, ele é Deus por saber disso e por conseguir estar em todos esses locais, porém “ao contrário” porque se impele em mostrar que a coisa está ali, o cesto ou o lixo, e basta um esforço de minha parte para levantar a gaiola. O que não vai acontecer. E não é o Diabo, pois se o fosse ele mostraria cinco lixos, sendo que destes, cinco estariam cheios de garrafas completas de vodka, absinto, whiskey, cerveja, cachaça e um sobressalente com suco de morango - "só para fazer o mix, cumpadi", diria o Cramunhão, ou pintassilgo, em questão caso o Demônio se hospedasse na gaiola.

Ato II – Relações

Algo que vem se tornando um desafio antropológico é manter contato com outros seres humanos que, basicamente, não sejam eu.

Saindo do banho às 1h30 da manhã de ontem, nu, me deparo com a mulher de meu pai. Aceno com cortesia, ela devolve o aceno. Eu e você sabemos que “cortesia” numa hora dessas significa “trauma psicológico eminente”. Eu não faço terapia, pois acho psicólogos uns doidos varridos, e trauma é coisa de frutinha - menos de graviola, porque dessa eu gosto. Ela já faz terapia. Assunto resolvido.

Meu novo prédio possui uma academia e hoje fui testa-la – daí vem a endorfina em excesso. Ao entrar na sala uma senhora de uns trin..qua..sesse...cento-e-qualquer coisa (sempre fui um ótimo fisionomista) estava na esteira. Aceno e ela acena da maneira dos porteiros: cara crachá cara crachá, porém, o meu crachá para ela está um pouco mais embaixo. Parece que ela não gostou do que viu. “Está frio hoje, né”, disse eu tentando achar uma desculpa enquanto ligava o ventilador no máximo, adquiri um tic horrendo para com eles.

Fui até a máquina chamada step, ou “aquela merda que parece um esqui para asfalto”. Dez minutos depois e toda a água do meu corpo gotejava pela testa, via luzes nos cantos dos olhos – “brilha brilha estrelinha!” – e arreguei. A senhora devia estar ali há dias, talvez séculos, seu corpo não possuia um pingo de suor, era exangue, comecei a pensar na possibilidade dela ser um replicante. “Esqueci minha água”, sorriso sem graça. Cara crachá cara crachá. Nunca mais volto no habitat daquela Meg White dos infernos.

Ato III – A Grandiosidade do...

FIM.

P.s: Em tempo, eu não tenho pinto pequeno, tampouco uma taroba de arrancar suspiros da Virgem Maria, “sou apenas um rapaz latino-americano, apoiado por mais de cinqüenta mil mano!”

P.s²: Realmente não deu para evitar de chamar Racionais MC’s para compartilhar deste momento.

[windows media player: coheed and cambria – devil in jersey city]

postado por caio teixeira às 12:03 AM |

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