quinta-feira, 24 de agosto de 2006


Ping-Pong

Ping-Pong

- Estamos aqui com a grande figura (como é o nome dele mesmo?... hm... ah é!) Caio Teixeira! Tudo bom, Caio?
- Não...
- Nossa, por que?
- Me prometeram cerveja e, até agora, nada!
- Já está sendo providenciada... (moleque folgado...) Pronto para o bate-pronto?
- Não, mas vocês me amarraram nessa cadeira e ainda não ganhei minha cerveja, então manda bala.
- Legal! Vamos lá! Eu falo uma palavra e você fala a primeira coisa que vier em mente, ok? Valendoooo!
- Gugu.
- Calma, ain...
- Dormir no balcão do bar.
- Caio, eu ain...
- Ser pluricelular movido a álcool, e eu ainda não ganhei minha cerveja.
- Produção!
- Topa Tudo Por Dinheiro.
- Não, cal...
- Minha mãe sempre fala ?não?.
- Senhor, ainda não come...
- Deus, Alá, Buda, Kamenei, Skol trincando de gelada.
- Inferno!
- Casa!
- Mas não comecei as perguntas ainda!
- Ah... Sério? Bom, mas eu também não ganhei minha cerveja ainda...
- Caralho!
- Eu tenho um!
- Pára de falar, moleque bobo! Eu não comecei ainda! Caraco viu!
- ...
- Parô?
- ...
- Certo, vamos começar de novo... Amor!
- Ih, eu percebi que você tava me olhando estranho mesmo!
- Cacete...
- Eu também tenho um desse.
- Dá para parar?! Ou você não vai ganhar a sua cerveja!
- ...
- Ok, respostas sérias tud...
- HAHAHAHAHAHHAHAHA! Você prendeu o cára errado para fazer esse programa!
- Meu Deus do céu! Produção!
- Má vem pra cá Roque!
- Cala a boca!
- Uh, nervosinho!
- Eu vô quebrar a sua cára, seu insuportável!
- Isso me lembra a minha infância, sabia?
- Argh! Eu te mato!
- Ah, você também falou com a minha vovó!?
- Quem tem uma arma? Eu só preciso de uma bala!
- Você deveria ir pescar, relaxa a tensão!
- Eu falei sério sobre a arma, produção!
- Você deveria amar o próximo!
- Eu amo! Mas eu te odeio!
- Imagine all the people!
- Você fez curso de bobeira né!?
- Não! Tudo de fábrica mesmo!
- Produção, cancela a arma e me manda uma faca sem fio, eu vou fazer ele sofrer!
- Eu sempre quis um conjunto de facas Guinso!
- CALA A BOCA! O programa já acabou!
- Filho da puta! Cadê minha cerveja?
- Esquece! Eu tomei!
- De quatro! Agora!
- Ahn? Como assim?
- Eu vo tirar até a última gota da minha cerveja do seu corpo, gordo do caralho!

E é por isso que não me chamam mais para ir no programa
do Jô...


[winamp: wilco - pot kettle black]

postado por caio teixeira às 6:24 AM |

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Sai de Retro!

Monstros no armário















Precisamos de um padre velho e um padre novo!
"Eu te esconjuro! Eu te esconjuro! Pelo poder de Deus, eu te esconjuro!"
"Chamando Dr. Hans Chucrrrutes!"


[winamp: queens of the stone age - burn the witch (só para ajudar no ritual de exorcismo)]

postado por caio teixeira às 1:32 AM |

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terça-feira, 22 de agosto de 2006


Guerra (parte 4)

Guerra (parte 4 de 4)

A concentração volta, um capacete preto aparece na escada, você mira, inspira e segura, aperta o gatilho. Um grito, alto e lancinante, a bala acertou o concreto e se fragmentou, deve ter acertado o olho do soldado. Uma bomba de gás lacrimejante chega do lado direito, você cobre o rosto com um lenço que levava no bolso. O tiro que acertou a sua "banda esquerda", coincidentemente onde estava o lenço, deixa o pano empapado de sangue, não terá a mesma eficiência, mas servirá por um tempo. Você corre mancando, encostado no vagão, em direção aos reforços. "Morra batalhando", dizia o quadrinho do Ronin.

O batalhão do lado direito começa a disparar, vidros dos vagões se estilhaçam, você só escuta o seu coração batendo. O tênis escorregando nos cacos de vidro, a arma cada vez mais pesada, a bunda doendo, o braço doendo, mas a alma se libertando. Você ouve sua avó dizendo: "Nunca se meta com drogas, meu filho", você obedeceu, mas ela não disse nada que a vida é viciante, muito menos que o mundo é uma merda.

Você está chegando e os soldados descem, eles não pensavam que você atacaria de frente. "Os bandidos nunca fazem isso! Eles se escondem e exigem coisas!", pensam. Nada do que eles podem oferecer a você pode te satisfazer, você quer tudo, quer comer o mundo a colheradas, quer as praias que você nunca visitará, quer as mulheres que nunca irão te olhar, quer a riqueza que a televisão te prometeu, quer a liberdade que os loucos têm, quer a porra de um conjunto de facas Guinso, quer as aventuras do Indiana Jones, quer tudo aquilo que fizeram você acreditar que teria através da mídia. Você quer viver.

O primeiro soldado se assusta, não estava empunhando o rifle direito e quando ele disparou foi mais um reflexo do que uma verdadeira ação para se proteger. O tiro passa longe. Você enfia a baioneta no peito ofegante dele e faz um disparo logo em seguida. O soldado voa contra a parede, mas os outros, em cima da escada estão mais preparados e voam contra você. Eles te querem vivo, querem seu corpo respirando. O primeiro acerta um murro na sua mão direita, o rifle escapa. Você dá um pulo para trás e puxa uma Colt Desert Eagle .45 da sua cintura, mira, inspira, segura e atira. O soldado cai de lado, os outros se recompõem e começam a empunhar seus rifles.

É um batalhão de fuzilamento e você não tem direito nem a uma venda, muito menos a um último cigarro, ou a uma última trepada. Mas a morte não! Isso não vão tirar de você, ela é sua, só sua! Você grita que se rende, os soldados hesitam por dois segundos, exatamente, é o suficiente. Você aponta a arma para o seu próprio coração, ainda o escuta dar uma batida, como uma despedida, antes de apertar o gatilho.

O estrondo da Desert Eagle vem de longe, muito longe. A visão começa a escurecer e antes de deixar tudo para trás, o seu carro, o seu banco com a gerente gostosa, o mendigo que sempre pedia um cigarro quando você passava, a sua gaita, a sua namorada, os seus pais, o seu papagaio, a piscina do seu prédio que você nunca nadou, o seu despertador que nunca tocava na hora certa, a sua faculdade, o seu trabalho de merda, o seu videogame, a sua vontade de viajar para a Índia, os seus vídeos pornôs que você esconde no armário, os corações que você partiu, as pequenas vitórias, a música, antes de tudo isso ficar para trás você escuta claramente, límpido, como uma gravação bem-feita sendo tocada em seu discman: "Ok, cada cliente faz o que quer com o dinheiro que tem, desde que a polícia não venha me encher o saco, mesmo porque, todas as armas estão com os números de série raspados! Hehehe! Mas cára, para que guerra você está indo com tudo isso que está comprando?", pergunta o vendedor antes de eu sair da loja.

Tudo preto...

Silêncio...

Chega de tudo...

Que comece a liberdade tão prometida...

E você responde... Devagar... Saboreando cada palavra...

"Eu vou para a minha guerra..."



fim?

[winamp: pearl jam - immortality]

postado por caio teixeira às 2:04 PM |

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sábado, 19 de agosto de 2006


Guerra (parte 3)

Guerra (parte 3 de 4)

O comandante começa a gritar para você colocar as mãos para cima da cabeça, só ele percebeu que você estava deitado sobre elas, os outros são novatos e estão nervosos, respiram fundo, um quase vomita por causa do cérebro do pedreiro espalhado nos bancos cinzas reservados para deficientes, idosos e grávidas: "respeite esse direito". Pedreiro mal-educado poderia ter se espalhado em outro banco para deixar o cinza para um moribundo qualquer.

Você começa a se virar, o comandante grita para você não se mexer e colocar as mãos atrás da cabeça. Ele não vai atirar, deve ter recebido ordens de algum gordo burocrático que quer esfolar você vivo, em praça-pública. O comandante dá mais passos para trás enquanto você se vira, ele fica atrás de um dos novatos, ledo engano. As balas no seu rifle são revestidas de teflon, as famosas "fura-colete", ou "mata-coxinha". O teflon combinado com a rotação da bala disparada pode perfurar até mesmo um tanque, dependendo da distância e da arma. Com o seu M16 o colete destes policiais militares parecerá uma camiseta vagabunda. Se eles se enfileirarem você consegue varar, pelo menos, uns três.

Quando você fica de barriga para cima e apóia o rifle no obro direito eles se assustam, a arma é grande demais, quase um metro de comprimento, muito maior do que seus revólveres .38, usados somente pelos filmes velhos do Charles Bronson. Você quase sente pena de ver o terror nos olhos destes "mantenedores da segurança", destes "mocinhos" que irão morrer "em cumprimento do dever". Talvez até ganhem uma salva de tiros durante o funeral. O comandante irá ganhar uma medalha.

Dessa vez você tem que ser mais rápido, mira na altura do pomo de adão do novato que está na frente do comandante, pressiona o gatilho e uma bala de calibre 5.56 mm sai do cano de disparo a uma velocidade aproximada de 930 metros por segundo. Você não acerta o pomo de adão e sim na altura do peito, mas é o suficiente, a bala entra pelo tórax do novato, perfura o pulmão direito, faz um pequeno desvio quando estilhaça a parte de trás da caixa torácica e acerta o comandante. Ou ele morreu, ou vai morrer a caminho do hospital, o disparo acertou o "gogó". A dor de morrer afogado no próprio sangue deve ser desesperadora.

Os outros novatos congelam, "péssimo dia para sair do quartel", agora você segura o gatilho e faz um arco à sua frente. Outros dois policiais caem mortos e um com um terrível ferimento que vara sua bochecha do lado esquerdo. Isso vai doer de verdade mais tarde. Você chuta o revólver do sobrevivente para baixo do trem.


Você se levanta e já escuta o engatilhar de uma dezena de revólveres e alguns rifles, agora eles entenderam a ameaça. Mas ainda não é o suficiente. Você procura o próximo "patente alta", enquanto gritam para você jogar sua arma no chão. Você vê da onde veio a voz de comando, mira e começa a atirar. Acerta o alvo na perna esquerda, mas desta vez o batalhão de policiais responde. Os tiros passam zunindo por sua cabeça, um acerta de raspão o seu braço esquerdo e quase faz com que você solte a arma.

Você se joga entre os bancos do vagão e espera que os tiros parem. Se rasteja em meio ao sangue dos mortos até chegar próximo à porta de saída e observa. Todos estão do lado direito, os reforços não chegaram ainda, o lado esquerdo está livre. Você levanta e os tiros recomeçam, um acerta a sua nádega esquerda. Dói, arde, coça e queima, tudo ao mesmo tempo. Parece uma vespa flamejante se remexendo a cada passo que você dá. Você grita, mas não solta a arma. Restam pelo menos 20 balas no cartucho.

Correria, alguém desce as escadas que dão para a entrada da estação, que fica ao seu lado esquerdo. Você mira, ninguém aparece. Você continua mirando. Mirando, mirando e... Dor! Dor na sua "banda esquerda" faz a concentração sumir. Você bate com ela no vagão, e morde a língua. Uma dor lancinante sobe pela sua coluna espinhal até o tálamo, onde você entende que a dor é real e forte, tanto quanto a força destrutiva que você sente te queimando por dentro.



"existe uma grande falta de nerds alfabetizados no mercado"... conversas de jornalistas sempre rendem boas pérolas, paradoxos e eufemismos.

[winamp: tom waits - the piano has been drinking]

postado por caio teixeira às 12:27 AM |

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quinta-feira, 17 de agosto de 2006


Guerra (parte 2)

Guerra (parte 2 de 4)

A velocidade do mundo volta, redobra, tudo é muito rápido, mais do que o normal. É como uma reação em cadeia, com o grito genuíno do pedreiro todos entendem que há algo de errado, mas a curiosidade é maior, e ninguém se mexe. Aí está o seu trunfo, ninguém entra no vagão, mas ninguém dá passagem para os fugitivos. Você faz pressão no gatilho. Sangue, muito sangue, mais do que você esperava, menos do que Tarantino. "Essa belezinha dá coice feito égua no cio", você deveria ter escutado o vendedor, ou ter feito um curso de tiro. O tranco faz a arma subir, após dois cadáveres apenas o teto é atingido, o barulho é ensurdecedor, você solta o gatilho e só escuta a gritaria e o choro. Volta a mirar, mas agora deixa o pulso mais firme, volta a escutar as instruções de Steven Seagal na sua cabeça: "Relaxe, sinta o peso de cada tiro, não mire com os olhos e nem com as mãos, você é a arma".

A MP40 tem 630 milímetros de comprimento, sem o apoio extendido, são 32 balas de 9mm no cartucho, cada uma sendo disparada a 380 metros por segundo, com um alcance eficaz de 100 metros. Os nazistas fizeram um bom trabalho. Cuidado na hora de girar a arma, o peso e os disparos fazem você rodar mais rápido. Cuidado também com as cápsulas vazias que são cuspidas pelo lado direito da arma, eles saem muito quentes.

Trinta e dois tiros, muito rápido, cerca de 20 pessoas estão caídas, a maioria morreu sem ao menos entender o que um estudante, branco, com uma boa aparência, estava fazendo com uma "mata judeus" dentro de sua mochila. Você joga a arma sem munição contra uma senhora que tenta sair correndo por uma porta do vagão, a submetralhadora acerta o joelho dela e a faz cair, um tombo seco e dolorido. Ela leva a mão ao joelho, provavelmente deslocado, e começa a berrar por ajuda. Você vai ajuda-la.

Você abre a maleta preta "feita da melhor fibra de carbono no mercado", lá dentro você vê um fuzil M16 desmontado, o mesmo que você limpou durante a janta, enquanto assistia ao Jornal Nacional. Quando o William Bonner disse "boa noite", você respondeu "boa noite, William" , como a grande maioria dos brasileiros faz todas as noites, então, fechou a maleta e a colocou do lado da porta de seu apartamento. E antes de dormir você cantou "A Minha Menina", dos Mutantes. Fazia tempo que você não cantava assim.

Alguém grita do lado de fora para você soltar as armas e deitar no chão com as mãos sobre a cabeça, mas você continua montando o M16, "é a arma de fogo mais produzida desse calibre, sabia?", diz o vendedor, "esse rifle é usado pelo exército dos gringos desde 67, eles o usaram no Vietnã, na 'Tempestade no Deserto' e nessa papagaiada no Iraque de hoje". Você também comprou a baioneta para colocar no cano da arma, você sabe que suas balas não serão suficientes para conter os "mantenedores da lei".

Algum pai de família grita do lado de fora que estão lhe dando o último aviso. Você vai até onde a velha chora com a mão no joelho, já inchado, e pega a MP40. Ela grita muito e quando te vê chegando perto, você acerta com a coronha do rifle no meio da testa dela. Os gritos param.
Você joga a MP40 para fora do vagão e grita que está desarmado, a voz manda que você deite com as mãos sobre a cabeça, você deita, mas em cima do rifle. Passos... Parecem milhares, todos apressados demais, eles querem acabar com o sangue e com os corpos. Pelo canto do olho você vê cinco policiais entrando pelo lado direito, quatro pares de botas estão sujos de sangue, somente um, que vem mais atrás, está limpo. O comandante. O Alvo. "Acertem primeiro as patentes altas", gritava Mel Gibson para seus filhos durante um filme.



- alô?
- ...
- alô??
- alô, por favor, o caio está?
- é ele mesmo.
- caio, você tem interesse em trabalhar no 'último segundo'?
- claro!
- que bom...
- se eu repetir "claro" até você cansar eu tô contratado né?!
- ahn?!
- xá pra lá... pensando alto...

[winamp: the beach boys - that's not me]

postado por caio teixeira às 12:16 AM |

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terça-feira, 15 de agosto de 2006


Guerra (parte 1)

Guerra (parte 1 de 4)

"Um... Dois... Três..." e tudo pára. Não é um slowmotion de filme. O mundo realmente pára, se curva para você. O centro da Terra, a célula revoltosa e cancerígena em meio à sociedade.

Todos do vagão sentem que algo irá acontecer. Você levanta, devagar, o balançar do trem está longe, galáxias à frente. A mochila nas costas está pesada, a maleta preta, "
feita da melhor fibra de carbono no mercado", como disse o vendedor, te puxa para baixo pela mão direita.

O passageiro ao seu lado dá passagem, "Estação Dom Pedro II, saída pelo lado direito do trem", diz a voz metálica. Só mais uma estação, e chega de CPMF do banco, chega da conta da Internet, chega de "caralho! Como você é imbecil!", chega de Sucrilhos pela manhã, pizza gelada no almoço e comida requentada na janta, chega de "como foi a faculdade?", chega de "em que posso ajudar senhor?", chega de "a sociedade está uma bosta", chega de escada-rolante que emperra, chega de pãozinho frio na padaria, chega de filas e mais filas e mais filas, chega do gosto amargo do dia-a-dia, chega de trânsito, chega de "porra de bicorde que não sai", chega de refrigerante que explode quando está muito quente, chega de "desculpe, foi engano", chega de iogurte com data vencida, chega de alugar filmes já assistidos, chega de "tem uma moeda chefe?", chega de "o que o senhor vai comer?", chega de lençóis azuis, fronha branca e cobertor azul-marinho, chega de pilhas acabando no discman, chega de músicas inconvenientes tocando no Winamp. Chega disso.

"Estação Sé, desembarque pelo lado esquerdo", você fica no meio do vagão e se vira para o lado direito. Coloca a maleta preta - "feita da melhor fibra de carbono no mercado", ria o vendedor - entre as pernas, puxa a mochila para frente. Agora sim, tudo em slowmotion. Você puxa a "melhor porra" de submetralhadora alemã, a MP40. "Ela foi desenvolvida pelos nazis, sabia?", disse o vendedor, "ela é mais lenta que outras automáticas, mas tem uma mira do capeta! Hahaha! Pode perguntar para os judeus!", ele tinha muitas espinhas no rosto e tinha uma barba suja por fazer, a falta de unhas nos dedos da mão direita não ajudavam em sua aparência.

A porta do lado esquerdo abre, as pessoas saem, são as mesmas que dirão depois de algumas horas: "Eu estava lá! Saí alguns segundos antes do cára começar a loucura!", azar o delas. São 7h15 da manhã, mesmo com muitos descendo na Sé, o trem continua lotado. A porta do lado direito se abre. "Arrependam-se, irmãos!"


As primeiras pessoas, executivos, advogados, empregadas e pedreiros nem olham para a submetralhadora na sua mão, muito menos para o surdo "clack" da trava de segurança sendo liberada. "Cuidado na hora de apertar o gatilho! Essa belezinha dá coice feito égua no cio! Hahaha!", diz o vendedor enquanto beija o cano da arma. O dedo indicador da sua mão direita vai até o gatilho, o seu braço vai se levantando, sentindo os quase quatro quilos de criação nazistas.


O primeiro a ver o vulto negro subindo ao lado de seu corpo é o pedreiro, primeiro ele não entende direito, lhe fita com uma cara de "por que eu fui brigar com a minha mulher justo hoje?", então, como se alguém tivesse sussurrado ao ouvido deste trabalhador, ele entende. O rosto se ilumina, se contorce e ele entende. O que sair daquele buraco negro no cano da arma será apenas a mais rápida morte. Ele se vira enquanto abre a boca, cada músculo do rosto cansado se repuxando. Ele grita.


esse texto me fez bem, e isso basta... se vocês não gostarem, ok. critiquem, mas o façam com parcimônia e que sejam contrutivos. vou postar as próximas partes a cada dois dias... se tiverem saco, acompanhem.

[winamp: whirlwind heat - the kick]

postado por caio teixeira às 3:08 AM |

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sexta-feira, 11 de agosto de 2006


Voyeur

Voyeur

Metrô é o lugar onde a vida acontece! Pois é, ou onde você quase (e bota quase nisso) apanha, ainda mais quando você é Caio...

Um rapazote conversando pelo celular:
- Então meu, aí agente estava na maior pegação lá em casa...
Sou meio voyeur, logo volto minhas atenções para o diálogo.

- Aí ela tirou minha calça, pô! Eu tava de samba-canção, então nem deu muito para evitar de mostrar a "barraca" (a aspas ficou por minha conta...), hehehe! - Bom, deveria ser a primeira vez do casal... Ou ele tem amnésia tipo 2... eu tenho a tipo 3, leia-se "ter surtos de esquecimento do próprio nome e/ou onde moro".

- Bom, aí ela caiu de boca na moral! - Uhuu! Garota com atitude! Gosto disso! - Até aí da hora, mas...
Mas?!?

- Mas aí a mão dela foi escorregando por baixo do meu saco... - Kinky!! - Até aí sussa, o problema foi a hora que ela perguntou: "posso enfiar?"!

Olho para o rosto do rapaz... Analiso: "Hm, ele tem cára de quem gosta de um 'dedo maluco', mas acho que não teve coragem..."

- É cára! E agora meu, eu não deixei na hora (bingo!), mas e se ela pedir de novo!?
- Quebra a cara dela, caralho! - não resisti.... E desci na estação Belém, sendo que moro no Tatuapé... Ele veio atrás, mas só até a catraca. Foi uma longa caminhada até minha casa. Preciso começar a controlar meus impulsos verborrágicos.


O sono que você sente durante a aula é inversamente proporcional à importância que ela terá durante a prova que valerá seu semestre... Eu que o diga!

[winamp: velhas virgens - esse seu buraquinho]

postado por caio teixeira às 1:46 AM |

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domingo, 6 de agosto de 2006


No Lugar Errado e na Hora Errada

No Lugar Errado e na Hora Errada

8 jarras de cerveza depois (no shopping Center Norte)...

caraio! que vontade de mijar!!
...
pera
...
aee! uhh... os pequenos prazeres da vida!

- Caio!? O que que você tá fazendo?
- Ahn?!
- Caio! Caraio! Você tá mijando!?
- Hm... Tô!?
- Pôrrraaa! Você tá no quarto manoo!
- Sério!? Tipo... eu não me liguei... mas peraí que eu tô acabando!

- Putz... E eu pensando que esse pinguinhos na minha cabeça era por causa do vazamento na caixa d'água...
- Mal ae Rodrigo... Mas tava tão bom!


- aí eu tava indo dar uma volta na avenida 23 de maio... tava meio devagar.. só uns 90 km...
- tá e aí?!
- então, tinha uma curva. eu fui fazer a curva a 90 e eu continuei fazendo, fazendo, fazendo... até que apareceu uma mureta!
- hahahahahaha! cabaço!
- eu ainda pego quem colocou aquela porra ali!
- como você é cabaço, andré!!
- eu liguei do celular da CET para o Itaú Seguros! viu como eu sou bunitinho?!

[winamp: cordel do fogo encantado - os anjos caídos (ou a construção do caos)]

postado por caio teixeira às 10:32 PM |

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. Perfil

nome: __ hm.. caio.. eh.. err.. teixeira?
anos: __ [onde foi que eu coloquei a cola?]
sexo: masculino( ) feminino ( ) [eu realmente odeio esses formulários]
endereço: ____ [onde sua irmã perdeu a calcinha! hááá]
complemento: ___ [calma! calma! desculpa, não precisa bater!]

. Testemunhas

as donas do circo
a história doce
a verdadeira bigodela
bebê caí e levantá
canadense honorária
cano
fio fó bem fundo
garota em crise
jornalismo obeso
me exorcisa!
mestre!
prililifobia (?!)

. Posts anteriores

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. Qual é a música?


. Onde foi parar?


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. Agradecimentos

Rê.