domingo, 18 de março de 2007


Missiva

Em um papel engruvinhado...

"Ilmo, Sr.

Venho por meio desta esclarecer alguns fatos que, a meu ver, já estão mais do que na hora de serem colocados em pratos limpos.

Primeiramente, deixe-me apresentar: sou Deus. Como não estou presente, não posso lhe dar uma prova concreta de minha identidade, logo, conto com a sua fé, ou os 'químicos ruins' no seu cérebro para que você acredite que, eu, ou melhor, Eu, sou Deus.

Deixando às claras este factóide, estamos prontos para começar os esclarecimentos prometidos logo acima. Tenho o prazer de anunciar que você é o único ser humano na face da Terra. Todo o restante é composto por máquinas experimentais (robôs) especialmente desenvolvidos para retirar emoções de seu cérebro, que é único, logo é um Cérebro.

Desculpe pela exigência dessas formalidades das letras em caixa alta e baixa, pois, entenda, tudo que é relacionado à sua pessoa é única, primeira e intacta, logo, de acordo com algumas gramáticas que tenho pesquisado para tal situação indicam que deste jeito, digo, com as letras grandes, seja o mais indicado.

Acredito que o choque deste conhecimento faça com que um milhão de perguntas sejam semeadas e, logo em seguida, colhidas. Comecemos pela mais óbvia, porém, talvez, não mais interessante: Por que?

Bom, o real 'por que' desta existência única, primordial e totalmente livre, pois só você é livre, é pela Minha simples curiosidade, confesso que existe um certo 'quê' de sadismo, mas que isto fique entre nós.

Mas a sua criação precede um projeto novo, de meu próprio cunho. Um novo planeta, mas, Eu, como O criador, não posso me dar ao luxo de defeitos e reclamações, tenho muito do que cuidar e meu médico exige que Eu fique em repouso. Note que ainda nem citei o estado do setor de reclamações, uma loucura!

Eu precisava fazer um teste antes de criar toda uma raça nova, logo, você foi o meu alfa, meu primogênito rebento desta nova raça, os humanos. Devo dizer que estou deveras orgulhoso de como tem se adaptado a esse mundo que criei para você.

Acredito que uma outra pergunta deve estar retumbando dentro de seu Crânio, que vem em segundo lugar por simples disposição de idéias Minhas e não devido à sua importância: Então, tudo e todos foi pré-fabricado?

Com todo o prazer devo dizer que sim! Bom, na realidade, durante alguns milênios Eu tirei férias, mas, a meu ver, nada saiu muito do controle, excetuando-se a criação do ornitorrinco, isto realmente não estava nos meus planos. Entretanto este pequeno deslize não afetou diretamente esta ode que compus para você.

Como disse anteriormente, todos os seus outros semelhantes são máquinas, robôs. Os animais e plantas são reais, mas pertencentes a outro planeta e foram transferidos para este com a intenção de cortar custos. Criar toda uma nova raça é algo extremamente dispendioso. Voltando, todos são máquinas, cada uma com uma especialidade. Vamos exemplificar para facilitar a compreensão.

Você obviamente lembra de sua professora da 5ª série, aquela que gostava de lhe dar reguadas na mão quando fazia algo supostamente errado, digo 'supostamente' pois como você é o primeiro e único é você quem, no final das contas, dita o que deve ser ou não. Então, ela era uma máquina de dar reguadas. Já seu tio era uma máquina de molestar crianças, sua primeira namorada era uma máquina de gritos e quando você lhe dava bombons ela se tornava uma máquina de sexo. Desenhei as máquinas para que se adequassem, da melhor forma possível, às possíveis reações que você tinha, espero ter correspondido às suas expectativas.

As guerras? Feitas com a única intenção de obter uma reação sua no futuro, eram máquinas de ódio, que se tornavam máquinas de sangrar quando eram atingidas, logo em seguida, se desligando. Este ato fazia com que outras se tornassem máquinas de choro, outras de alegria. Em uma progressão aritmética - deve lembrar disso por causa da máquina de calcular que tentou lhe ensinar a somar coisas na 8ª série - isso acabou chegando a você, provocando uma reação, uma livre-emoção, que sempre iluminava o meu universo, pois, por você ser realmente livre, eu nunca sei qual será o seu pensamento.

Fiz máquinas que nunca verão você, que esperam que você apareça para elas funcionarem. Fiz um mundo para você. Se você decidir ir até a Nigéria encontrará máquinas de fome esperando serem agraciadas com a sua presença. Vá até o Iraque e verá máquinas de atirar e máquinas de explodir por todos os lados. Dê uma passada em um parque de diversões e se deparará com máquinas que gostam de máquinas de rodar.

Convido-lhe a fazer um teste. Vá até a rua e bata na primeira máquina que vir, garanto-lhe que ela se tornará em uma máquina de raiva no instante seguinte, dependendo de sua sorte, ela se tornará uma máquina de esmurrar. Mas não se preocupe, caso o estado de seu corpo único chegue a um ponto muito deplorável, não conseguindo mais sustentar sua presença efetiva neste mundo, eu o concertarei, já fiz isso 23 vezes.

Após esta breve missiva dou-lhe os parabéns! A partir deste momento, sabendo já de sua verdadeira utilidade, você está livre de qualquer amarra. Entretanto devo lhe avisar que já comecei a produção de outros humanos para juntarem-se a você neste mundo povoado de máquinas.

Antes de nos despedirmos, afinal, ficarei ocupado com a manufaturação de outros de sua espécie por um certo tempo, peço um favor. Como um novo carregamento de seres chegará neste planeta pequeno - já reclamei com o fabricante, mas ele insiste em afirmar que no meu pedido estava escrito tamanho 'p' - solicito que limpe a casa para mim. Digo, afinal, você foi o motivo para tudo isso, logo, poderia fazer uma rápida faxina.

Não preciso que concerte tudo, tenho técnicos especializados para isso, mas preciso que destrua as máquinas. Elas são, decerto, um estorvo enorme. Se quiser um conselho, vá até uma loja de armas e pegue algumas, pode começar destruindo a máquina vendedora de armas, assim ajudando em seu objetivo. Após conseguir as armas vá até o prédio do governo de seu País e tenha acesso à sala '42', eu a fiz especialmente para isso. Lá dentro existe um botão azul-bebê - adoro essa cor. Basta aperta-lo que todas as máquinas serão incinerados, não queira saber dos pormenores.

Tente se isolar durante o processo, as máquinas tendem a fazer um estardalhaço enorme quando são queimadas, principalmente aquelas pequeninas.

Bom, é isso! Boa sorte em sua nova jornada de descobertas e de sentimentos agora talvez mais nítidos!

Estes são os desejos de seu Criador.

Atenciosamente

Deus"

agora tá tudo explicado! puto...

[winamp: Rock Rocket - Por um Rock and Roll Mais Alcoolatra e Inconsequente (homenagem ao St. Patricks Day e a uma senhora de longe deveras salutar que se encontra bêbada a milhas daqui)]

postado por caio teixeira às 2:58 AM |

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terça-feira, 13 de março de 2007


Compreensão

Elucidação

Acabei de entender a relação entre Sartre, sucesso e notas de trânsito.

Simples: Sartre não precisava escrever um caralho de nota sobre o trânsito de merda de São Paulo a cada meia-hora, logo, ele fez sucesso! Bingo! Posso dormir mais tranqüilo agora...
...
..
.
Ou não.


eu e minha irmã, há alguns anos atrás...
- caio... por que aquele monte de moço tá andando com uma vareta na mão batendo no chão?
- eles são cegos...
- mas... ueh, se todos são cegos, por que eles andam juntos?
- agora você entende porque eu sempre dou risada dessa cena...
...
e ela riu...
...
..
.
meu deus, criei um monstro.

[matanza - as melhores putas do alabama]

p.s: agora eu tenho um blog profissional (sort of...)! tá certo que eu uso um nome fictício (Caio Noltenius), mas é meu! juro!
- homens, tire este sem-noção de minha corte!
- eu juro que sou eu! eu sou o Caio Noltenius! repórter do Último Segundo no Second Life!
- e eu lá quero saber de segundo segundo? última vida? o senhor está preso por tentar ser engraçadinho em um ambiente que requer seriedade!
- senhor juiz! meu cliente não goza de suas faculdades mentais!
- que bom, gozar também é crime!

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postado por caio teixeira às 9:43 PM |

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