Brilhante
Brilha. Brilhante. Tela brilhante. A tela brilhante reflete no rosto embaçado, lá fora está um dia ameno. Sem sol, sem frio. O dia. A batida de cada tecla ribomba nos olhos à sua volta, o cheiro de melancolia paira no ar, mas ele espanta com as tragadas do cigarro. Longas... tragadas... E assopra como se o monóxido de carbono espantasse a chatice da tristeza inerente, que sempre lhe caiu bem. Ela afasta. Por alguns segundo. Afasta.
A brilhante tela não deixa os olhos descansarem, um frio instala-se no estômago. "Isso vai ser ruim", pensa. E vai sendo, vai corroendo, vai aumentando e trás uma melodia doce com ele, o frio. Um zumbido baixo, cortante como uma folha de sulfite pode ser. O zumbido é intermitente. É o brilho da tela que não faz esquecer.
Acordou a pouco, o café em frente à tela brilhante o lembra de que ainda tem o dia inteiro. O dia ameno. Ato contínuo ascende outro cigarro. Roda na cadeira. Longa... Tragada... Alguns quadros, alguns livros e roda e pensa e traga e roda e olha e roda e traga e pára e roda.
Silêncio... Silêncio... Shhh... Silêncio...
...
...
E roda e traga e roda e pensa e roda e vive e roda e larga e roda e traga e roda e volta e volta e solta e roda e pára. E roda. O quadro, o livro, o café, o cigarro e a tela brilhante. Brilhante. Tela. Brilhante. Nunca roda mais.
postado por caio teixeira às 9:49 AM |
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Bizarro
Simplesmente uma das coisas mais engraçadas que eu já vi. Exceto, é claro, briga de velhinhos, minha vó bem loca de prozac, rodrigo rindo em BH e 5h20.
postado por caio teixeira às 7:17 AM |
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